Adam Lambert : Aí eu disse isso

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The fan site Adam Lambert Brasil has translated our cover story, “Adam Lambert: There I Said It,” into Portuguese. (Obrigado!) Follow @AdamLambertBr on Twitter, and enjoy the interview in its original English here.
Original English interview by Paul Hagen

Conforme publicamos aqui e aqui, Adam Lambert é capa da edição de Agosto/Setembro da Revista Metrosource, de Nova York. Confiram abaixo, na íntegra, a entrevista que Adam concedeu à essa edição da Revista:

Adam Lambert passou sua carreira provando a si mesmo que era um artista – para a audiência do “American Idol”, para os fãs do Queen, até para a comunidade gay. Mas com esse último álbum, ele está querendo provar que ele sabe quem é.

Com os fãs aceitando seu terceiro álbum de estúdio, “The Original High”, Adam Lambert fala com a Metrosource sobre a evolução de seu estilo, o desafio de ocupar o lugar de uma das lendas do rock e sua recente tatuagem.

METROSOURCE: “The Original High” parece bem variado – desde os vocais até a batida dos instrumentos. O que você está esperando que os fãs acharão disso?
Adam Lambert: Vindo de um show como o “Idol”, com meu primeiro álbum eu estava tentando corresponder à expectativa de todo mundo. Com esse álbum, foi o contrário. Eu me senti como “Ok. Eu estabeleci quem eu sou; eu tenho uma boa base de fãs; Eu já fiz isso antes. Agora, o que eu quero fazer por mim?” Eu queria que isso soasse mais como a música que eu escuto na minha vida real, que eu escuto quando estou me divertindo com meus amigos.

Eu mencionei a um amigo editor que minha faixa favorita, “There I Said It”, me lembra as primeiras baladas poderosas de Mariah, mas ele não achou a similaridade. Há algum artista que você tentou imitar durante a criação desse álbum?
Eu não quero que pareça que estou dando uma resposta toda diplomática aqui, mas o que eu acho que é excitante nesse álbum, é que sou eu mais do que nunca. No passado, eu estava fazendo algo como se experimenta uma roupa pela primeira vez e pensando “Oooh! Eu posso fazer isso!” Mas com esse álbum pareceu que veio mais de dentro… Quando chegou em “There I Said It” – essa foi uma das últimas músicas, eu percebi, “Ei, nós temos essas músicas com ritmos legais e batidas realmente interessantes e todas essas coisas, mas nós precisávamos de uma grande canção tradicional!”

Já que você mencionou experimentar roupas, você é conhecido como um companheiro fashion a ser seguido.
Você pode me chamar disso se gosta! Algumas vezes no passado, eu fui considerado meio fora da moda.

[risadas] Bem, o mundo precisa de todas as direções…
E eu usaria todas elas!

O que você procura em uma roupa que você usaria no tapete vermelho versus algo que você queria usar no palco ou em uma sessão de fotos?
Eu acho que eu não entendi a diferença disso durante algum tempo. É um processo de aprendizagem, sabe? Quando eu cresci, todos os dias era Halloween. Em Los Angeles, nos meus 20 anos, eu era tipo um garoto das baladas. Eu saía vestido com roupas estranhas e me vestia sempre bem estranhamente, coisas conceituais que eu gostava – que eu tinha visto em um filme ou em um pôster ou um álbum dos anos 70. Eu acho que amadureci quanto a isso um pouco – não completamente, mas um pouco – e eu acho que agora eu tenho… um senso melhor do que é apropriado em certas ocasiões.

É parte da evolução do seu look – o fato de você estar usando menos delineador esses dias?
Isso definitivamente é parte da minha evolução de estilo. É engraçado porque um fã me fez essa pergunta recentemente, “Você está tentando se suavizar um pouco para ser mais comercial?” E eu tipo “Ah! Não!” Se você olhar para os últimos seis anos, você se vestia diferente? Eu sei que sim. Para ser totalmente honesto, parte disso, acho que era eu definitivamente sendo excêntrico, criativo, querendo brincar de me vestir, ser diferente e me expressar – usando maquiagem e penas e qualquer coisa mais. Mas eu também olho pra trás, bem, quando terminou o “Idol” e tudo aquilo era meio como um mecanismo de defesa, também. Eu poderia estar me escondendo um pouco atrás de tudo aquilo.

Se vestir corajosamente para mostrar ao mundo que você é corajoso?
É como a criança que é gótica no ensino médio, e que é uma completa borboleta em seu coração. Mas eles se sentem estranhos e sensíveis – então eles se vestem todo de preto na escola, sabe?

Você é esse cara, Adam? Você é uma borboleta por dentro do gótico?
Eu acho que eu sou um pouco mais sensível do que as pessoas percebem, sim.

Além da moda, qual sua estética em escolher as coisas que cercam você – como você decora sua casa, por exemplo?
Bem, eu comprei uma casa esse ano – minha primeira casa – eu senti que estou crescendo! É ótimo. Ter uma casa em Los Angeles é incrível porque você tem um lugar para uma after-party depois que todos os bares do centro fecham às duas da manhã. Eu decidi me nomear como o design de interiores – Eu decorei minha própria casa; E foi muito divertido – eu chamo isso “Feiticeira Branca”, é meio que um “novo gótico”. Bem, gótico não é a palavra certa. Seria mais rock and roll. Tem um pouco de entalhados, e algumas coisas decadentes como um tapete de pele e as lâmpadas da minha sala de estar são chifres e há vários detalhes de metal prata. É bem monocromático: cores claras, tons de terra, luminárias legais. Não é exagerado, na verdade é bem minimalista.

Para os artistas gays hoje em dia, parece que há uma crescente atenção dada à forma de quão específicas para o mesmo sexo as letras são. Isso é algo que você leva em consideração quando está criando uma música?
Há definitivamente dois lados disso – especialmente quando há um monte de pessoas pagando para que sua arte seja feita. Para mim, sempre foi uma linha complicada porque você não quer se indispor com ninguém – você quer que a música se relacione com o maior número de pessoas possíveis. Eu meio que olho isso como: as pessoas não são estúpidas, sabe? As pessoas são inteligentes – especialmente meus fãs gays – eles são inteligentes! Todo mundo sabe qual é a minha orientação, e eu tenho certeza que eles sabem o que as músicas significam… Mas ao mesmo tempo eu quero que mais pessoas sejam capazes de se relacionarem com elas. Então, eu mantenho uma certa neutralidade para que todo mundo possa senti-las.

Isso faz sentido.
Você não pode realmente ganhar essa conversa. Pessoas têm opiniões em ambos os sentidos, e eu sei que no passado eu tomei decisões que eram a coisa certa a se fazer e então eu fiz outras escolhas, que, por exemplo, a mídia gay saltou na minha garganta e me criticou – o que aconteceu no início. Eu não sei, cara. Eu estava apenas tentando “fazer a coisa à minha maneira” [risos] Todo mundo sabe que eu sou gay. Eu sou 100% aberto sobre isso – eu sempre fui, e no minuto em que eu tive a chance eu falei sobre isso. O que mais eu deveria fazer?

Falando de homossexualidade, como você acha que se apresentar com o Queen tem impactado você como um artista?
Eu acho que isso revigorou minha confiança. Eu estava um pouco na beira de um abismo quando tudo isso aconteceu – perguntando o que seria a próxima coisa que eu faria, me sentindo um pouco perdido criativamente. Então nós discutimos sobre fazer uma apresentação no “iHeartRadio Music Festival”, em [Las] Vegas, e foi um grande sucesso. Pareceu muito bom – tudo se encaixou entre nós. Então nos reunimos e dissemos “Você sabe, nós devíamos fazer uma turnê. Nós devíamos fazer isso pra valer”.

E como foi a preparação para pegar a estrada com eles?
Definitivamente um pouco intimidador porque eu sabia que haveria muitos fãs pesados do Queen que iriam ser céticos sobre mim, tipo “esse cara do American Idol” ocupando o lugar do Freddie. É um solo sagrado… Então foi bem importante para mim ter certeza de que eu estava prestando meu tributo à Freddie e à banda e cantando as músicas de alguma forma próximas das originais, mas ainda injetando meu próprio estilo nelas. Encontrar esse equilíbrio foi importante, porque uma vez que encontramos isso e decidimos qual seria o setlist, a coisa começou a funcionar! Mesmo as pessoas mais céticas na audiência – que podiam ser vistas com seus braços cruzados – depois da terceira, quarta música, estavam socando o ar e se divertindo. Todas as noites era um desafio: eu tinha que me superar. E isso foi bom para mim.

Nós perguntamos aos leitores se eles tinham algumas perguntas para você e um perguntou qual as imagens e palavras específicas que você tatuou no seu corpo recentemente?
Bem, eu coloquei uma frase do meu álbum no meu peito recentemente: “Chasing The Original High”. Está bem abaixo da minha clavícula agora.

Você sentiu isso como um risco?
Independente de como o álbum for, eu realmente acredito na mensagem da música. Essa foi a primeira canção que eu criei para o álbum; foi o pulo inicial para a coisa toda. Eu lembro que quando gravei isso, eu senti que eu finalmente encontrei uma maneira de cantar uma canção sobre um sentimento que eu e muitos dos meus amigos estávamos passando. Pessoas – em Los Angeles, Nova Iorque, as “cidades grandes” – nós nos mudamos para lá com um brilho nos olhos, com grandes expectativas, sonhos, ambições. É necessário muita energia para correr atrás desses sonhos, e muitas pessoas não conseguem o que elas buscam. O que acontece quando você percebe que não está acontecendo? Que você atingiu esse muro, você pode sentir que seu coração se partiu, pode sentir como um desapontamento ou uma bifurcação na estrada. E o que acabamos fazendo – muitos de nós – é começar a perseguir a própria cauda e ser como “Me deixa tentar fazer isso de novo” e aí nós não seguimos em frente.

Parece que os fãs são sempre famintos em saber sobre sua vida pessoal. O quanto está interessado em compartilhar? Onde você traça esse limite?
É difícil porque você dá uma “polegada” e não é realmente os fãs que transformam em uma “milha”. É mais a mídia que transforma em uma milha, e as coisas se tornam umas asneiras se você não for cuidadoso. É um caminho difícil de se percorrer, e eu não sei ainda se eu já aprendi isso. Eu estou solteiro, e estou paquerando. [risos] E eu acho que estou de volta a um ponto da minha vida que eu amaria estar apaixonado. Eu amaria ter um relacionamento novamente, mas com quem? Eu não sei! Eu estou namorando meu álbum nesse momento.

Graças aos “por detrás das câmeras” de shows como Empire e Nashville, o público tem uma compreensão maior de que as músicas para um álbum podem vir de um grande número de fontes. O que você prefere: Escrever sozinho? Co-escrever? Pegando músicas existentes e aprimorando-as?
Eu amo co-escrever. Eu amo estar em uma sala com algumas pessoas e trabalharmos juntos! Eu sinto que para mim pessoalmente, isso é muito mais produtivo – trocar ideias junto com boas pessoas; eu acho que as minhas melhores coisas saem disso.

Você diria que a maioria do material de “The Original High” veio desse tipo de processo?
Sim, foi bem um trabalho em equipe. Quero dizer, às vezes eu passo a vida toda fazendo anotações. Eu pego meu pequeno computador ou meu iPhone e escrevo algumas palavras ou frases, e entro na sala com algumas grandes ideias.

De volta ao “Idol”, uma de suas marcas registradas foi saber como usar artifícios no palco para mostrar sua canção. Você tem uma noção de como deseja apresentar visualmente esse álbum – no palco ou em vídeos?
Eu tenho pensado sobre isso porque isso pode acontecer a qualquer minuto… Eu definitivamente quero ir por um caminho diferente do que eu fiz no passado; eu odeio me repetir. Eu acho que o álbum soa tão diferente do que eu já fiz antes, e isso precisa ser visualizado diferente também. Eu quero ser mais minimalista. Basicamente, eu quero mais instalações de arte, algo um pouco mais moderno, um pouco mais gráfico. Terá obviamente elementos teatrais em tudo que eu faço – é quem em sou – mas de uma forma menos aparente.

Então nós não teremos emojis voando para fora de sua cabeça?
Tenho a sensação que não haverá brilhos. Não haverá glitter… Será algo diferente para mim, e estou realmente animado sobre isso.

Falando sobre o “Idol” você teve alguma reação ao anúncio de que a próxima temporada seria a última? Você está interessado em participar do que forem fazer para a grande despedida?
Eu acho que foi um show incrível. Obviamente, eu sou realmente muito grato a tudo que ele fez por mim, e eu acho que eles têm razão. Eu acho que é o tempo certo para fazer essa despedida. Todas as coisas boas têm um fim… Eu visitei o show todos os anos desde que saí dele. Então eu acho que é meio uma tradição eu fazer alguma aparição.

Como você pensa nesses dias e época – quando você tem acesso direto aos fãs através das redes sociais difere dos relacionamentos que você tinha com seus ídolos enquanto crescia?
Essa é uma boa pergunta… Eu acho que o acesso direto mudou toda a dinâmica, em pontos positivos e negativos… Isso definitivamente dá aos fãs mais poderes, o que eu acho que é bem louco e muito bom. Você pode ter um link direto do que a sua base de fãs espera de você: o que eles gostam, o que eles não gostam. Para ser um bom entertainer, você tem que dar às pessoas o que elas querem. Mas ao mesmo tempo, como um artista, você tem que seguir seus instintos e sua integridade, e quando você está constantemente vendo o que todo mundo pensa, algo sobre isso pode ficar um pouco confuso. É arriscado!

Quando você olha para o futuro, o que você vê para você? Em termos de perpetuar sua carreira na música e aproveitar outras oportunidades, como atuar. Você tem uma lista de prioridades?
Na verdade eu não tenho uma lista de prioridades. Eu acho que nos últimos anos eu percebi que as coisas vêm como em capítulos e temos que ver como elas chegam. Obviamente agora eu tenho grandes expectativas sobre o álbum, e eu gostaria de fazer uma turnê, e se ele for bem, eu gostaria de fazer um pouco mais. Obviamente, o Queen é um projeto paralelo, e talvez ele continue. E, sim, eu amaria fazer algum filme ou alguma coisa na TV se possível. Na verdade, meu maior desejo é continuar trabalhando! Para mim, uma das coisas que eu percebi no ano passado – antes de tudo começar a entrar no rumo novamente (tanto o projeto com o Queen como esse álbum) – é que, contanto que eu possa pagar o aluguel e conseguir fazer o que eu amo fazer, eu estou bem! É como se começasse a perceber o que realmente me faz feliz – e isso é suficiente.

Fantástico!
Desde que eu não passe fome! Apesar de que eu deva parecer melhor se eu passar um pouco de fome…

Por favor, “garota”! Você é fabuloso e lindo, você não precisa se preocupar quanto a isso. Nem um pouco!
Eu quero um tamanho menor!

Thanks to Adam Lambert Brasil for the Portuguese translation!

Last modified: March 22, 2018